Algumas cidades são chamadas de sovaco. New Jersey é uma delas, e ali fica Newark, a little Portugal cá da terra.
Lá fomos ver a bola, no domingo, dia da nação. A minha camisola ainda cheira a sardinha assada, a música pimba ainda ressoa nos meus ouvidos. Aquilo é Portugal, sim, mas versão América: a música mais alta, dos dois lados da rua, altifalantes a gritar promoções de sangrias e margaritas, os jovens zés vestidos de calças largas e boné dos ianques virado para trás, os bófias gigantescos e o mais deconcertante, uma jovem de t-shirt da seleção e mamas enormemente siliconadas, estilo híbrido Marés Vivas / cabeleireira do shopping. Mas as raízes da portugalidade lá estão, de qualquer maneira: bigodes por todo o lado, bebés com as faldras malcheirosas no meio da rua, o povo todo enfiado no restaurante Sal e Mar (palavras para quê?) a ver o jogo, sem deixar espaço para mais ninguém, o empregado que dizia "sai da frente que está a chover" para passar, as Nossas Senhoras a abençoar os lares nas paredes das casas (em azulejo, sobre a madeira) e toda a gente a comer febra, frango de churrasco e sardinha assada no parque de estacionamento (que era grande, claro).
As sardinhas estavam boas, e os pastéis de nata no fim também; o jogo não foi grande coisa, o infelizmente típico desperdiçar de golos e poupar os coitadinhos dos jogadores. Se voltar, vai ser exclusivamente para comer, e é aproveitar que já são tantos brasileiros quanto portugas e daqui a nada vai tudo para longe e acaba.
13 de junho de 2006
O sovaco da América
posto pelo Alexandre às 03:03
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1 comentário:
Bom, eu cá vi o jogo num café perto da vila olímpica com pelo menos mais 200 tugas!
Estavam todos lá, Faupistas a dar com pau - Bernardo inclusivé - e nao ouvias uma única palavra de espanhol!
Nao havia era sardinhas....
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